Sacrifício


           "Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de carneiros." Texto áureo: 1Sm 15.22

A questão do sacrifício ou holocausto, como um dos elementos na relação do ser humano com a divindade, é encontrada em diversas culturas e religiões ao longo da história das religiões. No contexto Bíblico, o assunto é tratado de forma  bastante sistematizada no Livro de Levíticos, como parte da lei Mosaica. Antes disso, porém em Genesis 8:20, encontramos um relato de que Noé, após o dilúvio, ofereceu holocausto de animais e aves como parte de seu culto a JEOVÁ. No livro de 1 Samuel 15:22, texto áureo do nosso estudo, será que Samuel estaria afirmando que o sacrifício de Saul era sem importância? Não, ele estava exortando Saul a olhar os próprios motivos ao fazer o sacrifício ao invés de olhar o holocausto propriamente dito.  O sacrifício era um ritual que demonstrava a comunhão entre o homem e Deus. Mas se o coração da pessoa não estivesse verdadeiramente arrependido ou se ela não amasse o Senhor de verdade o sacrifício era uma cerimônia vazia. Ser religioso apenas não é o suficiente e sim agirmos com devoção e obediência a Deus.Sl 40.6

Os sacrifícios no Antigo Testamento tinham as seguintes características, dentre outras:


  • Eles eram uma forma de expiação de pecados do ofertante, que buscava com isso, uma nova comunhão com Deus.Jr 7.21-23
  • Havia três tipos de animais que poderiam ser usados nos holocaustos: gado, ovelhas ou cabras, e pássaros tais como pombo.
  • Todos esses animais tinham de ser de alta qualidade e deveriam fazer parte de um rebanho ou criação do ofertante ou teriam que ser adquiridos com esforço da pessoa. Animais selvagens não poderiam ser usados porque pouco ou nada o ofertante teria pago por eles. 1Cr 21.22-24
  • Havia um sacerdote que oficiava o holocausto, mas o ofertante participava ativamente do evento. Ele tinha que escolher o animal, levá-lo ao templo, sacrificá-lo, desmembrá-lo com suas próprias mãos e entregá-lo ao sacerdote que então, queimava o animal no altar. Pv 28.13

Em termos de significado, pode-se afirmar que esses sacrifícios seguiam alguns princípios, dos quais destacamos:

a)      O princípio da depravação da natureza humana: O homem por sua própria decisão se afastou de Deus e algo precisava ser feito para que ele pudesse voltar. Quando o antigo israelita seguia os procedimentos do holocausto, ele reconhecia que o fazia como condição de se aproximar de Deus. Reconher ser pecador
b)     O princípio da particularidade: O homem natural tende a buscar o convívio de Deus, mas a sua natureza pecaminosa o leva a escolher caminhos próprios. No mundo Bíblico, desde o Antigo Testamento até hoje, é Deus quem estabelece o caminho de volta. Através de Jesus, o caminho, a verdade e a vida.
c)      O princípio da expiação através do derramamento de sangue: No Antigo Testamento, acreditava-se que a vida estava no sangue. A perda do sangue era a perda da vida. A entrega do sangue, era a entrega da vida. Os sacrifícios de sangue, portanto, tinham a ver essencialmente com a questão da vida.
d)      O princípio da identificação: Sacrificar um animal sobre o altar era entregar a vida daquele animal à divindade. Na realidade, o mecanismo do sacrifício de sangue era exatamente o ofertante entregar sua vida a Deus, só que ele o fazia através do sangue de um animal que o substituía. Assim deve acontecer em nossa vida, aceitando a Jesus como salvador, permitindo que Ele, através da presença do Espirito Santo, assuma o controle de nossa vida.


Presbítero Marcos Teixeira

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